domingo, 1 de novembro de 2009

CARACTERÍSTICAS DO POVO BRASILEIRO

Resumo
As características do povo brasileiro provêm de uma formação miscigenada de índio, africanos e europeus, cada qual contribuiu para a forma singular no que diz respeito às características comportamentais no que se refere à cordialidade do homem brasileiro. As cores fortes trazidas pelos africanos bem como a capacidade indígena flexível e moldável a qualquer nova circunstância faz do brasileiro povo de peculiaridades jamais encontradas em outros povos. O povo brasileiro é considerado homem amável, franco, sincero no trato, hospitaleiro e generoso, traço definido de seu caráter. Como características o brasileiro ainda possui aversão à reverência prolongada diante de superiores, mas é cheio de bondade, emotivo, altruísta, sentimental, pacífico e apaziguador.

Palavras-chave: Amável. Generoso. Passivo.

INTRODUÇÃO
O povo brasileiro tem em sua formação a presença de índio, africanos e europeus, historicamente se deu no século XVI por meio dos navegadores portugueses, mais tarde com a presença dos espanhóis a fim de partilharem as terras conforme o Tratado de Tordesilhas.
Nos primeiros séculos, os índios nativos, colonizadores portugueses e os escravos africanos compunham o nosso povo.
No século XIX imigrantes que fugiram de guerras chegavam ao Brasil em busca de melhores condições de vida, esses trabalharam nas lavouras de café.
O brasilíndios ou mamelucos foi o fruto de expansão da miscigenação de lusitanos com mulheres indígenas, esses foram heróis civilizatórios, incansáveis no trabalho de remar, herdeiros do saber sobre terras, plantas e bichos para os europeus.
A cultura indígena é marcante na sociedade brasileira pois nomeia diversos hábitos e costumes no cotidiano através de vocábulos, expressões e até mesmo na culinária como a utilização do milho e a mandioca dentre outros.
O africano trazido para o Brasil são negros que aqui vieram forçados e escravizados, sua presença teve grande importância enquanto massa trabalhadora em quase tudo que se fez contribuindo à cultura brasileira por meio de suas cores fortes.
Além dos português e espanhóis muitos outros povos brancos contribuíram para a formação do povo brasileiro, os italianos, alemães, sírios, libaneses, japoneses, poloneses, ucranianos, russos, judeus, dentre outros.
Sendo assim, com participação de tantos povos em sua formação o povo brasileiro possui características jamais encontradas em qualquer outra parte do mundo.
Desde o erotismo e sensualidade e característica de ócio e festividade advindos do índio por sua cultura diferente, o misticismo africano e religiosidade e culto ao trabalho do homem branco formou enquanto homem brasileiro um indivíduo com características altruísta, generoso, pacífico, tolerante por temperamento, o povo do abraço apertado, das palmadinhas nas costas, amável, franco, cordial, sincero no trato, hospitaleiro e emotivo.

CARACTERÍSTICAS DO POVO BRASILEIRO
Moreira e Sene (2005), ao citarem o antropólogo Ribeiro (2001)[1], esclarecem que com a chegada dos europeus na América passou a existir três categorias de povos no continente: os povos-testemunho, que compreendiam os astecas, maias, incas e diversas etnias de indígenas; os povos transplantados que mantiveram seus costumes e se fixaram ao sul do Brasil, bem como na Argentina e no Uruguai, e os povos novos, tal qual o brasileiro.
Segundo Ribeiro (2001), o brasileiro é denominado povo novo por consistir num novo modelo de estruturação societária, por que surge como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras, mestiça, por possuir uma cultura com fusão de elementos culturais e singulares. Novo, inclusive, pela verossímil alegria e espantosa vontade de felicidade.
A formação histórica do território brasileiro deu-se no século XVI, através dos navegadores portugueses. (BOLIGIAN; BOLIGIAN, 2004).
Os espanhóis e portugueses vieram ao Brasil a fim de tomarem posse das terras partilhadas conforme o Tratado de Tordesilhas, documento assinado em 1494. (BOLIGIAN; BOLIGIAN, 2004).
A instituição social que culminou na formação do povo brasileiro, foi o cunhadismo que, grosso modo, diz respeito ao uso do indígena incorporar estranhos à sua comunidade, que dentre muitos outros aspectos consistia em dar uma moça indígena como esposa; ceder estabelecimento, conforme o sistema de parentesco classificatório dos índios; estabelecer relacionamentos até mesmo incestuosos. Essas atitudes funcionavam também como forma eficaz de recrutamento de mão-de-obra para os trabalhos pesados e depois faziam os estranhos de prisioneiros a fim de trocá-los por mercadorias ou davam-lhes um destino tradicional, que era serem comidos em rituais, em festivais de antropofagia. (RIBEIRO, 2001).
Como função, o cunhadismo também objetivava como nova inserção civilizatória a ocupação de gente mestiça pelo Brasil. Uma vez acessível a qualquer europeu, passou representar ameaça para Portugal, pois os franceses, holandeses, ingleses e alemães partiram em seus navios com destino ao país. (RIBEIRO, 2001).
O primeiro e principal núcleo dessa formação de índio com europeu é o paulista, povoado de João Ramalho, fundador da paulistanidade. João Ramalho foi retratado pelo alemão Ulrich Schmidel quando de visita à cidade de Santo André em 1553. Na época João Ramalho declarou que se sentia mais seguro numa aldeia de índios. (RIBEIRO, 2001).
A sociedade brasileira constitui-se da miscigenação de índios autóctones, negros de origem africana e os brancos europeus, formando o tripé que origina muitos traços do perfil comportamental da nação como um todo. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
Após o descobrimento, além dos povos citados acima, fazem parte da formação da nação brasileira ainda os espanhóis, italianos, alemães e japoneses.
(BOLIGIAN; BOLIGIAN, 2004).
Nos primeiros séculos, índios nativos, colonizadores portugueses e escravos africanos compunham nosso povo. O contato dos colonizadores com índios e africanos deu-se de forma brutal e violenta fazendo com que índios e negros, sofressem um intenso processo de genocídio, perseguição, escravidão, com completa desconsideração às suas expressões culturais. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
Mais tarde, já no século XIX, a chegada dos imigrantes que fugiam de guerras em seus países de origem, ou estavam em busca de melhores condições de vida vieram para substituir a mão de obra escrava. (BOLIGIAN; BOLIGIAN, 2004).
Cerca de milhões de imigrantes chegaram ao Brasil e se destinaram a trabalhar nas lavouras cafeeiras, o que lhes foi prometido parecia a solução de seus problemas, no entanto, ao desembarcarem, depararam-se com uma realidade bem diferente da imaginada. Tomaram então posse das casas de barros em que teriam que viver e partiram para o trabalho. Alguns vinham com a promessa de se tornar proprietários de terra, porém, estas normalmente eram afastadas e sem condições férteis. Assim, foram os próprios negros e caboclos que passaram informações e conhecimento aos imigrantes para suas sobrevivências. (BOLIGIAN; BOLIGIAN, 2004).
A expansão do domínio português nas terras brasileiras foi obra dos brasilíndios ou mamelucos, sendo estes o fruto de pais brancos, a maioria lusitanos, em São Paulo, com mulheres indígenas. (RIBEIRO, 2001).
Segundo Ribeiro, (2001), os portugueses buscavam o índio com o intuito de uso próprio e venda, para suprirem suas necessidades, tais como: abrirem roças, caçarem, pescarem, cozinharem, produzirem seus alimentos e carregarem suas cargas aos mais íngremes caminhos.
Após escravizados, os subjugados partiam por meses e até anos a pé, descalços e por canoas embrenhavam-se nas profundezas das matas e campos naturais e quando acampavam era para plantar e colher roças. (RIBEIRO, 2001).
Os brasilíndios prosseguiam viagem a fim de capturarem mais aldeias indígenas e se protegerem contra assaltos de índios hostis. (RIBEIRO, 2001).
Houve brasilíndios escravos, que os árabes tomaram de seus pais e desenvolviam talentos que acaso tivessem tais como: janízaros se prometessem fazerem-se cavaleiros de guerra; xipaios, se covardes serviam para policiais e espiões; castrados, serviriam como eunucos nos haréns, ou ainda mamelucos se revelassem talento para exercer o mando. (RIBEIRO, 2001).
Os brasilíndios ou mamelucos do país foram heróis civilizadores, incansáveis no trabalho de remar, herdeiros do saber sobre terras, plantas e bichos para os europeus, flexíveis, moldáveis a qualquer nova circunstância. (RIBEIRO, 2001).
Os mamelucos ou braslíndios sofreram duas rejeições, uma dos pais que os viam como impuros filhos da terra e outra das mães, pois segundo a concepção do índio, a mulher nada mais era que reprodutora sem valor algum. No entanto, mamelucos e brasilíndios alcançaram uma eficiência insuperável, dominando uma alta tecnologia de adaptação à floresta tropical. (RIBEIRO, 2001).
Segundo Ribeiro (2001), quando um grupo tribal tem a oportunidade de conservar sua continuidade, preserva-se a identificação étnica, mesmo assim, como fenômeno da aculturação, os índios tornam-se cada vez menos ativos no plano cultural, adaptando-se aos usos e costumes de outras culturas, transferindo elementos culturais do branco para si, em decorrência do contato direto e contínuo, tornando-se, portanto, seres aculturados.
Com o extermínio de várias tribos indígenas se perde, ao longo do tempo, aproximadamente as mil e trezentas línguas faladas pelas comunidades existentes desde tempos remotos, tão representativas à formação da sociedade brasileira. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
A partir de 1880, por meio de entidades representativas da população indígena, retoma-se o crescimento populacional melhorando suas condições de vida, passando a ter assistência médico-sanitário. No entanto, continuaram sofrendo preconceito e perseguição de fazendeiros, de empresas madeireiras e mineradoras, embora, em 1888 tenha se abolido a escravidão. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
A cultura indígena é tão marcante na sociedade brasileira pelo que muitos vocábulos, expressões, hábitos e costumes são utilizados no cotidiano da vida do brasileiro, como: pacaembu, morumbi, pipoca e a utilização de muitas ervas medicinais benéficas à saúde, de conhecimento a princípio somente dos indígenas. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
A culinária brasileira também recebeu influência dos hábitos indígenas com a utilização do milho e da mandioca, enquanto componentes principais das refeições diárias de muitas regiões do Brasil. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
Conforme o artigo 231 da Constituição (1986), as terras indígenas, embora de propriedade da União, garantem a habitação em caráter permanente dos nativos, utilização para as atividades produtivas de sua comunidade, preservação dos recursos ambientais para o bem-estar do índio, sendo local para a reprodução física e cultural conforme seus usos, costumes e tradições. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
Na formação da identidade brasileira, destaca-se também a presença da cultura africana. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
Capturados e escravizados na África, chegaram ao Brasil os primeiros africanos no século XVI. (TERRA; COELHO, 2005).
A princípio, os negros vinham forçados e escravizados, pois este tráfico gerava lucros e atendia as necessidades de mão-de-obra dos europeus. (TERRA; COELHO, 2005).
Os principais grupos de culturas africanas foram os sudaneses e os bantos. (TERRA; COELHO, 2005).
O grupo das culturas sudaneses representa o grupo Yoruba – chamado nagô, o grupo Dahomey chamados gegê, e o grupo Fanti-Ashanti conhecido como minas, além de outros grupos menores tais como da Gâmbia, Serra Leoa, Costa da Malagueta e Costa do Marfim. (RIBEIRO, 2001).
Um outro grupo trouxe culturas africanas islamizadas, tais como; Peuhl, os Mandiga e os Haussa do norte da Nigéria, encontrados na Bahia como negros Malé e no Rio de Janeiro como negros Alufá. (RIBEIRO, 2001).
Outro grupo cultural africano, integrado por tribos Bantu, era de Congo-Angolês, vindo de Angola e Contra Costa – atual Moçambique. (RIBEIRO, 2001).
Embora a contribuição cultural do negro tenha sido pouco relevante originalmente para a cultura brasileira, sua presença teve grande importância enquanto massa trabalhadora de quase tudo do que se fez, bem como a contribuição à cultura brasileira com suas cores mais fortes. (RIBEIRO, 2001).
Os negros, a fim de se integrarem na etnia brasileira, tiveram que nela aprender a viver, sendo assim utilizando-se de nomes tupis incorporados ao português, acrescentando seus hábitos e costumes, aumentando ainda mais a falta de uniformidade linguístico-cultural, aspecto tão notado e comum nas origens africanas em decorrência das discordâncias que os desuniam, as quais se constituíram expressão da consciência negra, mais comumente na religião. (RIBEIRO, 2001).
A população branca brasileira também não se origina de uma mesma etnia. (TERRA; COELHO, 2005).
Os europeus estão presentes no território brasileiro desde o início do processo de colonização. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
Entre o século XVI e XIX, além dos portugueses, vieram para o Brasil os espanhóis, franceses e holandeses, embora em número menor. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
A influência européia é muito forte na identidade brasileira, no campo religioso e cultural, com a presença do catolicismo, tornando-se um dos maiores países adeptos à religião católica do planeta. Na maioria das cidades, a igreja católica ocupa uma região central, sendo freqüente o nome da cidade alusivo a um dos santos, tais como: São Paulo, São Luiz, São Gonçalo, Salvador, entre outras. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
A língua portuguesa é o idioma oficial falado em quase todo o território brasileiro, exceto os falantes de línguas indígenas. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
Houve a incorporação de termos indígenas e africanos ao português, dando um caráter peculiar à expressão lingüística. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
A partir de século XIX, novos grupos de europeus chegaram ao Brasil, fugindo da miséria, atraídos pela possibilidade de emprego e vida melhor, principalmente, quando o país ingressou no ciclo do café, quando impulsionou as exportações e gerou um ciclo de prosperidade econômica, espalhando-se pelo território, italianos, espanhóis, alemães e nova leva de portugueses. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
No final do século XIX e início do século XX, emigram para o Brasil grupos de outras regiões. Do Oriente Médio vieram os sírios e libaneses (chamados turcos, pois, no início do século XX esses países faziam parte do Império Otomano). (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
Na metade do século XX, o país foi palco de um processo imigratório bem diversificado, vindos do extremo oriente, um novo contingente de etnia asiática, os japoneses. (TERRA; COELHO, 2005, TAMDJIAM; MENDES, 2005).
Ainda após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil continuou a ser procurado por muitos imigrantes, no entanto, nas últimas décadas, os brasileiros têm optado por sair do país, a fim de se livrarem de problemas brasileiros como, por exemplo, a economia instável. Assim, o Brasil passa de país de imigrantes a país de emigrantes, sendo os Estados Unidos da América, Europa e Japão os principais destinos do brasileiro. (TAMDJIAM; MENDES, 2005).
Nos últimos anos, devido à redução da imigração e a miscigenação, mais da metade da população brasileira é formada por pessoas brancas, ou seja, cinqüenta e quatro por cento, dados de 1999. (TERRA; COELHO, 2005).
Sendo assim, os grupos de origem européia que têm predominância são os destacados a seguir:
· Altento-mediterrâneo, que é o grupo mais numeroso, representando setenta e cinco por cento do total de imigrantes no Brasil, formado pelos portugueses, italianos e espanhóis;
· Eslavos, representados pelos poloneses, os menos numerosos, ucranianos, russos entre outros, que se fixaram no Paraná;
· Germanos ou tentões, representados pelos alemães, os mais numerosos, austríacos, holandeses, suíços, entre outros. (TERRA; COELHO, 2005).
Além dos europeus, o Brasil recebeu pessoas brancas de várias partes do mundo: Ásia (turcos, árabes, judeus, libaneses, sírios), América do Norte e América do Sul, as regiões que apresentam os maiores percentuais de indivíduos de cor branca, são a Sul com 83,6% (oitenta e três e seis décimos) e a Sudeste, com 64% (sessenta e quatro percentuais).
Conforme foi exposto sobre os grupos que compuseram o povo brasileiro permite-se inserir que geraram um povo com características peculiares que foram delineadas, a seguir, com base em alguns autores.
Conforme Ribeiro (2001), tal fato se dá porque enquanto eventos o povo se recorda e se explica por seu modo bem como manifesta suas vontades coletivas.
Ribeiro (2001), ainda acrescenta que tal miscigenação terá como fruto a unidade sociocultural básica de todos os brasileiros em decorrência também da continuidade e uniformidade do processo de gestação étnica.
A identidade étnica dos brasileiros tem como explicação o aspecto básico como a cultura tradicional, bem como seu vigor e flexibilidade, sendo que a esta última característica o autor atribui a permissão de herdeira de uma sabedoria adaptativa milenar, trazida dos índios no aspecto de se conformarem, ajustarem-se aos locais adaptando-se, que se estende por quatro séculos. (RIBEIRO, 2001).
A formação do povo brasileiro, segundo Penna (1974), está relacionada à Raça e à Terra. Como já foi visto, o índio, o negro e o branco formam gradativamente a população brasileira.
“Toda coletividade, como todo indivíduo, nasce com certas características físicas, certos dons, certas taras e uma tipologia física e psicológica determinada.”
(PENNA, 1974, p.91).
Os portugueses ao chegarem em terra brasileira se admiravam com as belas paisagens naturais, a diversidade biológica presente e o solo fértil, tudo tomado por uma atmosfera afrodisíaca. A nudez do povo indígena contribuía para dar sensação de lugar paradisíaco. As belas índias nuas entregavam-se aos marinheiros europeus. Assim, o prazer e o ócio são características presentes na literatura e na sociedade brasileira. ( PENNA,1974).
Publicações sobre os índios brasileiros despertaram nos franceses as reprovações, tendo-os como depravados. Já no Brasil, originou uma definição do brasileiro como bom homem. ( PENNA,1974).
Depois da exploração do pau-brasil e a implantação dos engenhos de açúcar, são dadas novas características à sociedade brasileira. Além do clima, do erotismo e do ócio, a gula adquire seu lugar dentre as características do nosso povo. (PENNA, 1974).
Segundo Penna (1974), a sociedade da época colonial formada ao longo litoral Atlântico do Amazonas passando pelo Nordeste até o Rio de Janeiro, se criou no tríplice alicerce paradisíaco da sensualidade, glutonaria e ócio.
Mesmo anos após a colonização o Brasil ainda mantém seu lado paradisíaco conseguido com o clima quente, a sensualidade e a festividade que cerca o povo brasileiro. (PENNA, 1974).
Conforme Carneiro (1971), é a marca portuguesa, explícita ou implícita que no inconsciente nacional imprime em qualquer indivíduo nascido no Brasil o selo de plena brasilidade, diz possuir lusilanidade de sangue.
Segundo Carneiro (1971), o brasileiro tradicional – das classes dominantes, em seu comportamento, temperamento e tipo físico não se distancia muito dos árabes.
O brasileiro é um produto de etnias, da qual se formam alguns estereótipos, pois certa população do Rio de Janeiro, em sua maioria negra, mencionou que o Brasil
pudesse lhe pertencer, significando que não são realmente e completamente nacionais os brasileiros brancos.
Segundo Carneiro (1971), ao fato de a nação ter uma consciência de religiosidade impregna de ternura, tipicamente lusitana, o povo brasileiro.
Ainda em relação a religiosidade, o autor faz menção da maneira carinhosa de conversar com o símbolo do filho de Deus, o menino Jesus, que é bem brasileira, tal qual portuguesa. (CARNEIRO, 1971).
Sendo assim, o autor diz que para compreensão do povo brasileiro faz-se necessário entender Portugal mais que qualquer outro povo de sua formação. (CARNEIRO, 1971).
Leite (1969) faz algumas menções tais como: culto da personalidade, necessidade de outros, solidariedade, culto das virtudes pessoais, influências do calvinismo, moral fundada no culto ao trabalho, vinculação de sentimento, colocando-os como elementos que contribuem na formação do povo brasileiro, trazidos pelos europeus.
Holanda (1999), diz que o natural brasileiro é inquieto e desordenado entre outros aspectos, porém não são características biológicas, subentendendo-se que são comportamentais. Sendo assim, os brasileiros desde a colonização dividem-se também em trabalhadores e aventureiros, os aventureiros mesmo audacioso, irresponsáveis e errantes, foram os responsáveis pela conquista e colonização do Brasil.
Leite (1969) menciona que a ânsia de prosperidade sem custo, de posições e riquezas fáceis, de títulos de honra, notados como característica do povo brasileiro não expressam o âmago real único pelo qual se possa definí-lo.
Pelo fato de o brasileiro ser impedido, na época da colonização, de uma formação de vida intelectual autônoma, propiciou-se o desenvolvimento de um caráter de fuga, de maneira de evitar, e não de enfrentar os problemas reais. (LEITE, 1969).
Segundo Keyserling[2] (apud PENNA, 1974, p. 177), o sul-americano é principalmente passivo, carente de iniciativa, capaz de reagir apenas por instinto, por ofender-se com facilidade e melindrar-se. São essas algumas de suas características, mas não tem ‘ressentimento’ no sentido existencialista e, sim, trata-se de uma reação imediata e fisiológica, estado de defensiva e desconfiança, ou seja, pré-disposição a dar-se como ofendido, além do que um medo exacerbado.
Da extrema sensibilidade resulta a primazia nas relações entre os homens, dos rodeios de palavras sobre a expressão direta, da etiqueta sobre a simplicidade e da cortesia sobre a franqueza. (KEYSERLING, apud PENNA, 1974, p. 177)[3].
Keyserling e outros observadores estrangeiros reconhecem a mentalidade do sul-americano semelhante à da mulher, dizem que se comporta com sensibilidade e reage femininamente, pensa como mulher, ou seja, sente e intui, reage positivamente ou negativamente conforme o humor, que segundo a psicologia jungiana, determina a imagem primordial feminina, o lado mulher da alma. (KEYSERLING, apud PENNA, 1974, p. 177)[4].
O autor ainda menciona que diferente do norte-americano, a reação primária do sul-americano é pelo sentimento, que se utiliza de critério quanto ao útil, ao eficiente, ao verdadeiro, e não tem refinamento da sensibilidade. (PENNA, 1974).
Ainda acrescenta que o que se diz do espanhol aplica-se inteiramente ao brasileiro. Diz-se: ‘ O pensamento do espanhol nasce no momento em que se manifesta’, sendo que: ‘O inglês pensa enquanto age, o espanhol pensa enquanto fala’. (MADARIAGA, apud PENNA, 1974, p. 178)[5].
Keyserling[6] ( apud PENNA, 1974, p. 178) diz que baseou suas impressões no que seja psicologia da sensibilidade sul-americana na expressão brasileira “Delicadeza”, ‘O código não escrito da Delicadeza, brasileira é a mais perfeita expressão da consideração que merece a sensibilidade alheia’, acrescentando que a cultura brasileira pode ser definida como a Cultura da Delicadeza.
Segundo menção do autor, o filósofo diz entender por Delicadeza: breve histórico de fato que leve a risos, embora de observações superficiais, ou com o intuito de firmar uma imagem forte, ainda que exacerbada, enfim uma realidade autêntica da forma de vida social.
A Delicadeza, como a cordialidade, não é apenas um produto de cultura, mas uma segunda natureza com atuação absoluta. (PENNA, 1974).
A Delicadeza do brasileiro é um dos frutos típicos. O brasileiro é o povo do abraço apertado, das ‘saudações cordiais’, das palmadinhas nas costas, dos beijos de Judas, bem como necessitado de contato físico pegajoso. (PENNA, 1974).
Penna (1974), discute as fórmulas de cortesia, sendo elas ‘prazer em conhecê-lo’, ‘encantado’, ‘Vossa Excelência é bem - vindo’, ‘a casa é sua’, dizendo que tais colocações por definição não dizem de fato o que se pretende, mas o emprego é ação ou costume que indica cordialidade.
Adiante o mesmo autor diz que o emprego de fórmulas está ligado a uma mentira que agrada, à falsidade que lubrifica e à interpretação que não ofende, pois nas relações humanas, a bondade e as mentiras valem mais do que mil verdades. (PENNA, 1974).
Penna (1974), diz que o brasileiro usa as fórmulas consagradas com excesso de adjetivações, a fim de criar o ambiente propício de simpatia, pois os brasileiros são diplomatas por natureza, pelo que se observa a maneira de como se tem, ao longo do tempo, abrandado a questão racial, isso porque o brasileiro é um indivíduo que dá um tratamento feito de tato - tato esse que é uma virtude brasileira.
A Delicadeza e o Sentimento são manifestas pela capacidade de se atravessar situações difíceis por meio de ‘técnica especial’, à qual se denomina ‘dar um jeito’ querendo dizer ‘quebrar o galho’, ‘inteligência malandra para contornar a Lei’ que invoca o modo da simpatia e da cordialidade. (PENNA, 1974).
Conforme Penna (1974), o jeito pode ser definido como a técnica elevada de comportamento do intuitivo cordial numa sociedade, pois o homem brasileiro é o ‘homem cordial’, sendo grande a contribuição quanto à Cordialidade, retratada por Holanda (1999), porque, em termos, também coincide com a Delicadeza de Keyserling.
Holanda (1999), ao citar Couto[7], diz que em certa ocasião houve uma expressão feliz sobre a contribuição brasileira à civilização: seria a cordialidade, sendo assim dar-se-ia ao mundo o ‘homem cordial’.
Receberia o homem cordial, amável, franco e sincero no trato, hospitaleiro e generoso representando um traço definido do caráter brasileiro, estabelecendo a influência ancestral dos padrões de convívio humano, características de fundo emotivo rico e transbordante, características essas que estrangeiros invejavam quando em visitas à nação. (HOLANDA, 1999).
Dentre as características do brasileiro a aversão à reverência prolongada diante de superiores, distante da noção ritualista da vida, ou seja, a forma de ordem estabelecida socialmente quanto ao convívio é o contrário da polidez. (HOLANDA, 1999).
Segundo Holanda (1999), tem-se no ‘homem cordial’ uma espécie de mímica deliberada de manifestações espontâneas de forma natural, mas que em certas ocasiões são utilizadas como peça de resistência, disfarce, a fim de se preservar da sensibilidade e das emoções e até mesmo adoção de uma máscara “social”, com intuito de se manter a superioridade ante o social.
O temperamento do brasileiro admite reverência, e até de bom grado, contanto que não se anule a possibilidade de um estabelecimento de maior intimidade. Tais aspectos também se observam nos portugueses, que têm grande importância na formação das características brasileiras. (HOLANDA, 1999).
Holanda (1999) por fim, diz que a vida íntima do brasileiro nem é bastante coesa, nem disciplinada a fim de envolver e dominar toda a sua personalidade, integrando-a enquanto peça consciente no conjunto social, pois o brasileiro é livre e não encontra dificuldade alguma para abandonar idéias, gestos e formas.
Leite (1969, p. 297), ao citar Azevedo (1944)[8], considera as características do brasileiro como sendo “[...] altruísta, sentimental, generoso, capaz de paixões violentas mas pouco duráveis, pouco amigo da ordem, pacífico, hospitaleiro mas desconfiado, tolerante por temperamento e despreocupado, trabalhador resistente e individualista, mas sem continuidade”.
No entanto Ricardo ao discutir com Holanda (1963)[9] alega que seria adequado dizer, a respeito do caráter brasileiro, que é cheio bondade, uma vez que o mesmo em sua vida atual é bondoso, sempre tentando estabelecer harmonia e entendimento, desprovidos de preconceitos raciais entre si. (LEITE, 1969).
Leite (1969), ao citar Holanda (1963)[10], diz também que a cordialidade é traço característico do brasileiro,mas que não é uma virtude definitiva e cabal e, sim, mutável, sendo que a urbanização tende a eliminá-lo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo pretendeu trazer ao conhecimento do leitor as características do povo brasileiro quanto a sua formação que é miscigenada de índio, africanos e europeus bem como as suas contribuições para a formação singular das características do brasileiro.
Do índio o brasileiro herdou o erotismo e a sensualidade pelo fato do clima que expõe os corpos, a festividade da cultura de ócio diferentemente da cultura do branco e do africano trazendo as cores fortes.
Cada povo branco contribuiu em várias regiões do pais de modo geral, tais como no sul do país a presença marcante dos alemães e poloneses, além dos italianos como em outras regiões também.
Na região sudeste a acentuada presença de árabes nos bairros estilizados em seus hábitos e costumes e asiáticos com suas fortes culturas no cultivo de hortifrutigranjeiros, dentre outros.
O povo brasileiro, distante de qualquer comparação, é mencionado como um povo com características singulares, conforme os mais reconhecidos antropólogos contemporâneos.
O homem brasileiro é considerado um indivíduo generoso, amável, franco, sincero no trato, hospitaleiro mas desconfiado, tolerante por temperamento, cheio de bondade, emotivo, altruísta, sentimental, pacífico, o povo do abraço apertado, dado a “dar um jeito” em situações difíceis de se resolver.
STIVANELLO, Gislaine Donácio; ZIETLOW, Marta Guimarães


REFERÊNCIAS
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RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
[1] RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
[2] Apud PENNA, J. O. de M. Em berço esplêndido: ensaios de psicologia coletiva brasileira. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1974. Na obra não consta a referência.
[3] Apud PENNA, J. O. de M. Em berço esplêndido: ensaios de psicologia coletiva brasileira. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1974. Na obra não consta a referência.
[4] Ibid.
[5] Ibid.


[7] COUTO, R. Carta redigida a Alfonso Reyes e por este inserta em sua publicação Monterey.
[8] AZEVEDO, F. de A cultura brasileira. São Paulo, SP: Companhia Editora Nacional, 1944.
[9] HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. 4. ed. Brasília, DF: UNB, 1963. Esta citação não esclarece quem é Ricardo.


[10] HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. 4. ed. Brasília, DF: UNB, 1963.

A ARTE DE BEM RECEBER

Resumo
A hospitalidade é a arte de receber bem, ato de acolher, oferecer conforto, acolhimento e sensação de bem-estar, diz respeito ao fato de o anfitrião tornar seu hóspede feliz enquanto este estiver sob sua responsabilidade.

Palavras-chave: Hospitalidade. Ato de acolher. Tornar seu hóspede feliz.

INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo despertar a relevância da arte de bem receber e a relação positiva e satisfatória que disto redunda, uma vez que as pessoas desejam, dentre outros aspectos, serem surpreendidas em suas expectativas.
Conforme vários autores a arte de bem receber a hospitalidade desde os primórdios esteve ligado ao oferecimento de boa acolhida, oferecimento de conforto, cama e entretenimento.
A arte de bem receber a hospitalidade surgiu da necessidade das viagens a negócios em 3000 a.C. a fim de oferecer abrigo aos comerciantes sumérios na Mesopotâmia para vender grãos.
Seu símbolo é o abacaxi, deixavam a fruta do lado de fora das casas a fim de demonstrarem aos visitantes que eram bem-vindos.
A arte de bem receber requer tratamento afável, cortesia, amabilidade, gentileza e por fim tornar feliz o que se recebe enquanto o mesmo estiver sob seus cuidados.

A ARTE DE BEM RECEBER
O conceito de hospitalidade, apesar de nos remeter a hospedagem, diz respeito a acolher bem, oferecer segurança a diferentes pessoas, oferecer conforto, cama, comida, entretenimento, promovendo transformação na relação entre o anfitrião e o hóspede depois da convivência, enfim, é a arte de receber bem. (ANDRADE, 2002; CANTON, 2002; DIAS, 2002).
A hospitalidade vem sendo contextualizada desde épocas remotas. Já nos primeiros centros da civilização, como a Mesopotâmia (atual Iraque), há referências bíblicas que demonstram a necessidade de se tratar bem o viajante, até mesmo abordando a tradição de se lavar os pés dos hóspedes. (CHON; SPARROWE, 2003).
Em épocas mais recentes, há registros de que os donos das hospedarias inglesas recebiam os viajantes cansados oferecendo-lhes uma caneca de cerveja. Ao longo da história, o conceito de hospitalidade concentrou-se em satisfazer e servir os hóspedes. (CHON; SPARROWE, 2003).
A idéia de hospitalidade é tão antiga quanto a própria civilização e desenvolve-se desde o dividir pão com um estranho até as mais diversas operações dos empreendimentos atuais do setor. (WALKER, 2002).
A indústria da hospitalidade surgiu da necessidade das viagens a negócios, por volta de 3000 a.C., quando comerciantes sumérios necessitavam de abrigo ao viajarem pelo reino da Mesopotâmia para vender grãos. (CHON; SPARROWE, 2003).
Segundo os referidos autores, as primeiras edificações com o fim de atender os viajantes surgiram no Oriente Médio há 4000 anos. Eram denominadas caravanseral e foram construídas com uma distância de doze quilômetros entre uma e outra, semelhante às kahns[1] do Oriente Médio com fornecimento apenas de abrigo, sendo que comida, água e colchões eram trazidos pelos viajantes, já que nesta época não havia os agregados tão indispensáveis à boa acolhida dos dias atuais. O espírito da hospitalidade era considerado forte, de modo que se pôde ilustrar tal devoção à hospitalidade, conforme um tradicional ditado do Oriente Médio da ocasião, que se segue: “Eu nunca sou escravo – exceto para meu hóspede”. (CHON; SPARROWE, 2003).
O símbolo para a hospitalidade é o abacaxi. A origem precisa é desconhecida, no entanto acredita-se que a idéia de utilizar o abacaxi como símbolo vem dos primeiros povos a cultivar a fruta que colocavam abacaxis do lado de fora das casas como demonstração de que os visitantes eram bem-vindos. A fruta foi levada para os Estados Unidos da América pelos europeus, sendo que a fruta rara e cara mais que o caviar, simbolizava o que havia de melhor em termos de hospitalidade, sendo utilizada para honrar a realeza e os hóspedes muito ricos. (CHON; SPARROWE, 2003).
Quanto à hospedaria, são dos Jogos Olímpicos, em Olímpia na Grécia, os registros mais antigos da hospedaria organizada, em forma de choupana, com a finalidade de repouso, proteção e privacidade dos atletas. A Grécia, ainda hoje, possui a característica de hospitalidade bastante desenvolvida. A xenofilia indica amor ao estrangeiro entendido também como hospitalidade, pois, através do estudo da História Antiga, sabe-se que as civilizações passadas deixaram como herança o espírito da hospitalidade de antigamente aos dias de hoje. (ANDRADE, 2002; CANTON, 2002; DIAS, 2002).
O Império Romano possuía dois tipos de hospedagem para abrigar os viajantes: a estalagem, que mais tarde foi formada por várias casas pequenas com uma única saída para a rua destinada aos oficiais, e o estábulo, usado pelos plebeus, o gado e os animais de montaria. (ANDRADE, 2002).
Mais tarde, com a queda do Império, os plebeus passaram a ocupar as estalagens, sendo os estábulos utilizados apenas para os animais. (ANDRADE, 2002).
Outro fator que permeia o histórico da hospedagem é a questão religiosa cristã, que estabeleceu obrigação quanto à hospitalidade, a fim de proteger e atender os fiéis por lugares sagrados, no atendimento de peregrinos, romeiros, penitentes e viajantes à margem das antigas estradas romanas. Mais tarde, com as cruzadas, ampliaram-se os núcleos de recepção e hospedagem, que aos poucos foram perdendo o sentido arcaico e passaram a refletir o conceito atual. (ANDRADE, 2002; DIAS, 2002).
A hospitalidade foi e é o fundamento de ordens religiosas católicas, que muitas vezes transformaram mosteiros em hotéis e pousadas. (CAMARGO, 2002).
A igreja procurava manter-se no poder, no entanto as hospedarias européias proliferavam a fim de atender a demanda, aumentando assim seus lucros. Os nobres levavam consigo seus serviçais que ensinavam aos empregados de hotéis o bom atendimento aos seus senhores, contribuindo para o desenvolvimento da qualidade da prestação de serviços, da alimentação e da recepção. (ANDRADE, 2002).
Discorrer a respeito de conceitos sobre a hospitalidade traz no mínimo uma investigação curiosa, pois compreende diversos atributos aos quais se dá uma gama abrangente de interpretações, as quais deverão atender aos mais sofisticados gostos e necessidades, bem como suas percepções.
Ao ser questionado do que possa vir a ser hospitalidade, certamente muitas respostas surgirão conforme a concepção pessoal e necessidade da ocasião, portanto, poderá ser um atendimento caloroso e cordial, pois certamente esses atributos fazem parte do universo de valores de quem respondeu.
Já em outra ocasião, pode-se ter como conceito de hospitalidade num ambiente a criação de uma atmosfera amigável e segura, agradável e confortável, o tratamento no atendimento com deferência, entre outros.
Telfer (2004) afirma que como significado básico poder-se-ia definir o termo hospitalidade como o partilhar de alimentos, bebidas e acomodação para pessoas que não são da residência.
Conforme Dias (2002, p. 98), a noção de hospitalidade provém da palavra latina hospitalitas-atis que vem a ser: “ato de acolher, hospedar; a qualidade do hospitaleiro; boa acolhida; recepção; tratamento afável, cortês, amabilidade, gentileza”.
Já hospes-itus traduz-se por hóspede, forasteiro e estrangeiro, indivíduo que é acolhido com hospitalidade, que recebe o ato, que se acomoda provisoriamente em casa alheia, hotel ou ainda em qualquer outro meio de hospedagem. (DIAS, 2002).
Dias (2002) ao citar Belchior e Poyares (1987)[2] diz que do latim hospitium-i surgiu o vocábulo ‘hospício’, lugar em que viajantes obtinham alimento e repouso e de hospitale-icum originou-se ‘hospedaria’ ou ‘casa de hóspedes’, comum na Europa à margem das antigas estradas romanas, como já mencionado neste trabalho anteriormente, a fim de abrigar os peregrinos até mesmo com tratamentos médicos, inclusive os loucos ou pobres dentre outros com a conotação de local onde se fica obrigado.
Já segundo Walker (2002), a palavra hospitalidade deriva de hospice (asilo, albergue), antiga palavra francesa que significa ‘dar ajuda e abrigo aos visitantes’, o hospice mais famoso é o de Beaune na França, em Borgonha, conhecido como Casa de Deus ou Hotel Dieu.
Segundo Camargo (2004), quando aborda o ato de presentear, diz não se tratar de uma dádiva isolada, mas, sim, de um ato que parte sempre de alguém e depois vem a retribuição que gera dons e contradons, num processo que se segue. A hospitalidade, portanto, é o ritual básico do vínculo humano, é um fato social como prática e valor a serem respeitados, que orientam as formas de agir dos indivíduos, sendo leis não escritas que operam nas sociedades contemporâneas com base na tríplice: dar, receber e retribuir, reforçando tal vínculo social.
A hospitalidade é um ato sacrificial, isto é, pressupõe-se que se abra mão de algo em favor de alguém, a fim de atender possíveis necessidades; contrapõe-se ao significado de hostilidade.
Ainda na linha de raciocínio de Camargo (2004), está implícito na hospitalidade o sacrifício, pois implica abrir mão de algo a fim de atender a quem se recebe ou se recepciona, no entanto, subjetivamente com algum interesse. (CAMARGO, 2004).
O conceito de hospitalidade, desde os primórdios remete-nos à idéia da hospedagem, do acolher bem, de oferecer cama, comida e segurança. (GRINOVER, 2002).
A hospitalidade é a arte de receber bem, ato de acolher. Ao anfitrião compete desde a recepção numa organização, cidade ou localidade ao entretenimento de hóspedes, visitantes, estrangeiros e estranhos. (CAMARGO, 2002; CRUZ, 2002; GRINOVER, 2002).
Grinover (2002) e Camargo (2002), ao citarem Gotman (1997)[3], entendem por hospitalidade o gesto ou ato de contato com diferentes pessoas, etnias, atributos físicos, psicológicos, de profissionais, que no fim de uma relação de hospitalidade geram transformações, depois da convivência, havendo mudança nas relações interpessoais.
O conceito de hospitalidade estende-se para além dos limites de hotéis, restaurantes e estabelecimentos de entretenimento, oferecendo conforto, acolhimento e sensação de bem-estar, sendo culturalmente construído. No exercício profissional ocorre de forma treinada e planejada, com ações de iniciativas privadas e públicas que maximizam seus benefícios. (CRUZ, 2002; GRINOVER, 2002).
Telfer (2004), ao citar Brillat-Savarin (1970)[4], alega que o conceito de hospitalidade diz respeito ao anfitrião adotar o ato de tornar o hóspede feliz, proporcionando felicidade ao que recebe e/ou recepciona enquanto este estiver sob sua responsabilidade, ou seja, estiver debaixo de seu teto.
Quanto à ética na hospitalidade segundo Walker (2002), “ética é um conjunto de princípios e valores morais” que diz respeito ao certo e errado e que se refere às escolhas de atitudes feitas de um indivíduo a outro.
A maioria das sociedades civilizadas, religiões e culturas cultivam tais princípios a fim de estabelecerem suas relações, uma vez que cada qual possui hábitos e costumes diferentes. Adotou-se um código geral de ética para as ações da indústria da hospitalidade que, segundo Walker (2002) pode-se resumir em:
· Buscar padrões de honestidade, legalidade, justiça na realização de negócios;
· Trazer credibilidade para as atividades de hospitalidade, promovendo melhoria dos produtos e serviços sem afetar a imagem do concorrente;
· Tratar os clientes com igualdade no que se refere ao bom atendimento e satisfação, independentemente de religião, nacionalidade, opiniões, entre outros;
· Proporcionar ambiente seguro e higienizado;
· Esforçar-se continuamente, através de palavras e ações a fim de compreender os clientes, bem como promover um bom ambiente de trabalho;
· Obter lucro justo e honesto, conforme o ditado “Faça com os outros como você gostaria que fizessem com você”, expressão de crença de muitas culturas. (WALKER, 2002).
Ainda quanto à ética, Telfer (2004) menciona a hospitalidade como sendo uma virtude moral.
Telfer (2004), ao citar Foot (1978)[5], diz que as virtudes morais possuem qualidades da vontade concernentes a algumas inclinações humanas quanto ao excesso ou à falta de motivação. Sendo que a falta de motivação enquanto virtude moral deveria ser evitada, pois a hospitalidade é a materialização da virtude a fim de fazer o bem, ainda que opcional.
O fato de acolher, poderá ser uma questão de prazer, no entanto diz-se não ser necessariamente talento do anfitrião, mas a busca de motivação, por considerar que possui talentos, interesses e dons de temperamento a fim de ser útil quanto à questão.
Muitas mudanças vêm ocorrendo no contexto mundial. O consumo acelerou-se e as sociedades se fragmentaram.
As fronteiras políticas foram abolidas; com isso, a cultura e o comércio entre países têm-se uniformizado, no entanto as inter-relações tornaram-se mais complexas, gerando grande desafio na questão da hospitalidade. (MULLER, 2003).
Conforme Muller (2003), há vários desafios como as mudanças climáticas, as quais já têm atingido os limites ecológicos de vários lugares, fazendo com que os turistas se conscientizem sobre questões do meio ambiente de forma positiva, pensando na ameaça que este fato consiste para suas férias.
Outro desafio é quanto ao fato das sociedades estarem cada vez mais com uma população mais velha, pois o número de jovens tem-se tornado cada vez menor. Assim, a hospitalidade deverá voltar-se a esse mercado atual, que é detentor do tempo e dinheiro disponíveis e que busca usufruir da indústria da hospitalidade.
Como se pode observar na seguinte colocação de Boligian e Boligian (2004, p. 377):
A população brasileira [...] a proporção de idosos, que até algumas décadas atrás era diminuta, vem crescendo rapidamente. Os motivos dessa transformação, que os especialistas têm chamado de envelhecimento da população, estão ligados principalmente aos avanços nas áreas da medicina e da tecnologia farmacêutica e de medicamentos.
Conforme relatos, na década de 1940, a expectativa de vida do brasileiro era de 46 anos. Em 1960, relata-se um aumento para aproximadamente 52 anos. Já em 2000, a expectativa de vida passa para 74 anos. Notam-se transformações socioeconômicas e culturais. Há um estímulo à manutenção de hábitos mais saudáveis quanto à alimentação, exercícios físicos, atividades programadas destinadas a lazer, dentre outros.
No entanto, há preocupações quanto às condições geradas pelas pensões irrisórias recebidas por boa parte dos idosos e quanto aos que nem aposentadoria recebem, bem como quanto ao preconceito por não mais serem admitidos nos postos de trabalho, preterindo-se esse grupo etário.
As mudanças são notadas também nos valores importantes para as pessoas, cujas inclinações tendem ao individualismo, deixando de lado o coletivismo.
A representação dos subgrupos nas sociedades tem feito com que se perca a identidade cultural das localidades enquanto comunidade, sendo assim a hospitalidade perde sua singularidade.
Já em relação aos meios de transporte, há tempo tem sido uma tragédia quando se pensa no caos aéreo, no exacerbado congestionamento dos meios de transportes rodoviários, além da falência dos meios de transportes ferroviários e praticamente quase nenhum investimento no sistema hidroviário, falando-se em termos de Brasil.
O turismo de massa tem sido a marca registrada da sociedade atual. De acordo com Muller (2003), apenas um número de pessoas tem interpretado o tempo de lazer como período de socialização, cultura e educação.
Com a abordagem de responsabilidade social e o mal-estar causado em decorrência das tendências das pessoas por estarem sós, os relacionamentos tradicionais e convencionais têm tomado mais importância ultimamente havendo um direcionamento para uma visão holística da vida, incentivando o desenvolvimento de serviços sociais relacionados e de gerações reavivando assim o bem receber enquanto essência.
Segundo Muller (2003), há uma tendência de fusões: tem sido importante a qualidade de serviços prestados, a satisfação do cliente, exigindo controle inteligente de processos e alto padrão de liderança.
Outra questão é a ameaça causada pela indústria da hospitalidade devido ao fluxo intenso dos transportes, tornando-se problema central, havendo necessidade de uma desaceleração de imediato.
No que se refere à autenticidade, sob a pressão da padronização, perde-se as características singulares, os turistas estão à procura do natural, do verdadeiro e do autêntico.
De acordo com Muller (2003), embora o desenvolvimento sustentável tenha caminhado para o gerenciamento enxuto ou de reengenharia, que diz respeito a um quadro mínimo de pessoal, bem como redução de salários entre outros, o desenvolvimento sustentável requer e baseia-se em qualidades humanas, como emoções, empatia, cordialidade com importância máxima a valores emocionais, calor humano, sensibilidade situacional as quais se deve nutrir e incentivar.
Segundo Cruz (2002), parte da hospitalidade é fruto da organização sócio-espacial quando se trata de sua relação com o território, ou seja, os espaços urbanos e rurais.
Existem lugares mais hospitaleiros do que outros devido à disposição maior ou menor que os indivíduos de certa localidade, dispensam ao ato de acolher um visitante.
Deve ser iniciativa das políticas públicas desenvolver um ambiente hospitaleiro conforme sua escala geográfica local, regional ou nacional, a fim de organizar o setor e potencializar seus benefícios. (CRUZ, 2002).
Segundo Cruz (2002), todo esforço deve ser feito a fim de que haja envolvimento de turistas com as comunidades da localidade.
A hospitalidade turística compreende espontaneidade e artificialidade num contexto têmporo-espacial. (CRUZ, 2002).
Conforme Camargo (2004) costuma-se distinguir os espaços e tempos na realização da hospitalidade adotando-se uma definição analítico-operacional, a saber: sendo como o ato humano em contexto doméstico, público e profissional, que recepciona, hospeda, alimenta e entretém pessoas temporariamente deslocadas do seu habitat natural.
Sendo assim, Camargo (2004) diz ser a definição analítico-operacional:
O receber doméstico, que diz respeito aos pequenos gestos do cotidiano, correspondendo à contínua atenção às pessoas que se achegam ao próprio ambiente doméstico;
O receber público, que diz respeito ao direito de ir e vir quanto aos espaços públicos nas cidades, remetendo-nos aos seus rituais de recepção, sua sinalização viária, seus costumes, suas tradições locais, bem como outros aspectos ligados ao desenvolvimento turístico das mesmas;
O receber comercial, que segue as leis de satisfação do hóspede e os manuais dos empreendimentos turísticos;
O receber virtual, que diz respeito aos contatos via telefone, e-mail, celulares, como também folhetos, cartazes, fôlderes, internet e sites.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo pretendeu através dos levantamentos bibliográficos acerca da Hospitalidade motivar o leitor a se apropriar dos conhecimentos afins bem como refletir na beleza que há na arte de bem receber, fato este que poderá ocorrer nas esferas de âmbito doméstico, público, comercial dentre outros.
A abordagem da arte de bem receber trará percepções das relações interpessoais em vários momentos nos quais seu objetivo principal é tornar feliz ao que se recebe enquanto o mesmo estiver sob os cuidados do antitrião.
STIVANELLO, Gislaine Donácio.; ZIETLOW, Marta Guimarães

REFERÊNCIAS
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[1] Kahns: barco, canoa, batel. (MICHAELIS, 1994, p. 179).
[2] BELCHIOR, E. ; POYARES, R. Pioneiros da hotelaria no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: SENAC, 1987.
[3] GOTMAN, A. La question de I’hospitalité aujourd’hui. In: Comunications. Paris: Duseuil,1996.
[4] BRILLAT-SAVARIN, J. La Physiologie du Gout. Harmondsworth: Penguin Books, 1970.
[5] FOOT, P. Virtues and vices. In: ______ . ______ . Oxford: Brasil Blackwell, 1978.
Este blog tem o objetivo de compartilhar assuntos referentes ao turismo de modo geral e na medida do possível propiciar ajuda aos turismólogos bem como aos que virão a ser.